26 de fev. de 2012

Carros em Buenos Aires

Buenos Aires não é uma cidade que fica na Europa, nem nos EUA, fica aqui pertinho, no país ao lado, mas, quando comparado ao Brasil, o mercado automotivo Argentino sempre contou com mais opções do que as oferecidas aos brasileiros (e ainda conta), mesmo sendo um mercado com menor volume de vendas que o nosso. Passei alguns dias do mês de janeiro deste ano em solo portenho e pude observar um pouco do que já foi oferecido por lá e também um pouco do que lhes é oferecido que ainda não chegou por aqui ou simplesmente nunca chegará.
Há muitos carros antigos rodando em Buenos Aires e a maioria está em péssimo estado de conservação, mas curiosamente, creio que há alguma inspeção veicular que os mantém emitindo menos fumaça, pois em raros casos cheguei a ver a marca registrada dos veículos antigos e/ou mal cuidados soltas no ar.
VÍ alguns veículos de marcas como Renault, Peugeot, Volkswagen e Ford que nunca chegamos a receber em nosso mercado (devido à restrição de importação durante os anos 70 e 80). Fora os antigos, temos atuais exemplares que ainda não chegaram por aqui e que foram descartados para o nosso país com a desculpa de que “são caros” demais. O engraçado nessa informação é que na Argentina, o valor da cotação informal do dólar era de 5 pesos para cada unidade da moeda americana e mesmo assim, os carros estão não somente disponíveis como mais baratos do que no Brasil.
Quanto ao número de opções e marcas, posso afirmar que é ligeiramente maior que o número atualmente disponível no Brasil. Além de Alfa Romeo, ainda podemos ver muitos carros da Seat (que recentemente deixou o mercado portenho), Alfa Romeo, Lexus (não mais vendidos por aqui), GM, Chrysler, Dodge e tantos outros que nem consegui contar ou ter uma ideia de um número aproximado.
Vou listar os que consegui fotografar aqui e contar algumas curiosidades. Começando pelo belo espanhol Seat Leon que mais parece um monovolume, mas, na verdade é um hatch médio feito na plataforma do atual Golf europeu (presente na Argentina sob importação somente na versão GTI) e que é menor do que pode aparentar nas fotos. Pude ver o novo Cruze hatchback, e honestamente, não achei nada demais, prefiro o sedã. Detalhe: o Cruze já é velho por lá, tendo chegado por lá ainda em 2009. O Chevrolet Aveo também é vendido na versão sedã. De projeto coreano, o modelo vendido por lá pode ser importado da Coréia do Sul ou ainda do México, infelizmente não consegui apurar sua origem. Ainda da Chevrolet, porém fotografado em sua versão anterior à atual, há o Spark que é quase um mini monovolume e que além de bonito, faria uma bela carreira por aqui, como faz no país vizinho. Obs: Notem a semelhança com o Chery QQ.Durante muitos anos, a GM distribuía o nosso Celta como Suzuki Fun até a sua última reestilização, no ano passado. Curioso não?!
O controverso Renault Mégane hatch de segunda geração chegou por lá importado da França e também nunca chegou ao nosso país. Particularmente eu achei o carro muito bonito. Há outros carros da Renault que não fotografei (mas vi) que nunca chegaram por aqui, como o Safrane que um dia já foi o sedã top de linha da marca, o Renault 9, projeto que originou o nosso Corcel I e outros como o Renault 18 nas variações sedã, coupé e hatch, além do Mégane I coupé e cabriolet. Consegui pegar um que não temos atualmente, o projeto coreano da Samsung, o SUV médio Koleos é mais um Renault que possivelmente nunca veremos em terras tupiniquins.
Curiosidade sobre os ônibus que fazem o transporte público de BsAs: boa parte são da Agrale e tem piso baixo. Além de confortáveis, os “Omnibus”, como são chamados pelos argentinos, são mais silenciosos e honestos na proposta de transporte, começando pelo preço da passagem que é de 1,10 – 1,25 pesos, aproximadamente 45 – 55 centavos de Real.
Quando o assunto é Volkswagen, temos uns poucos modelos que não conhecemos ou que conhecemos, mas que tem outro nome. Começando pelo sedã Polo, aquele mesmo que chegou por aqui em 1997, não chega a ser uma novidade, mas, quando deixou de ser distribuído no Brasil, o modelo ganhou um discreto face lift que o fez ganhar mais alguns anos de sobrevida. A nossa Parati ganhou o nome de Gol Country no país de Carlos Gardel assim como a Space Fox (fabricada por lá ainda, até a mudança de sua unidade fabril para o nosso país, para ceder espaço para a produção da Amarok), se chama Suran. Sendo exatamente o mesmo carro. Vi ainda um carro que parece ser maior que o nosso Passat da das décadas de 70 e 80, o Volkswagen T1500 (nosso Dodge Polara), que foi produzido nas terras de Nestor e Cristina até 1988, devido à aquisição da Chrysler por lá pela Alemã. A variante station wagon era chamada de rural.
Da Peugeot, vi ainda os sedãs 504 e 505 e o belo e verdadeiro Peugeot 207, francês. O carro é bem maior que a nossa versão maquiada. Vi ainda o lançamento 308, mas não consegui um click sequer. Fiquei devendo legal.

Fiat, este capítulo é interessante. Vi muitos carros da Fiat que nunca chegamos a ver no nosso mercado. Começo pelo Uno europeu. Bem, há uma diferença entre as versões sul americanas e europeia. Pela foto pode-se notar que a tal diferença começa pela curvatura da frente, do porta-malas e pelo corte do capô, que no Brasil foi feito na lateral para a acomodação do estepe no compartimento do motor. Este Uno parece bastante com o Fiat Tipo e essa versão da foto foi apresentada na Europa em 1989. O refinamento nunca chegou ao nosso país. Detalhe: este Uno chegou a oferecer Air Bag para motorista como opcional. O Fiat Duna (nosso Prêmio) também foi bem popular na país das “medialunas” (espécie de croissant sem recheio e doce por fora), e foi produzido por lá até o ano de 1999, sendo substituído pelo então lançamento recente, Siena.
Houve ainda um sedã médio na Argentina, o Fiat Regatta, derivado do hatch médio Ritmo. O sedã foi equivalente ao Tempra nos anos 80 e poderia ter sido fabricado por aqui. Ainda vi um Fiat Panda, que não sei se chegou a ser vendido oficialmente ou se estava por lá através de importação independente.
Da Toyota, vi o Yaris, um hatch compacto lindo e que parece ter sido o “muso” da Opel para a atual geração do Corsa europeu. Vi ainda vários Corollas, de todas as versões e gerações possíveis que infelizmente não consegui fotografar. Buenos Aires não é mais uma cidade tão segura assim para que se possa andar a todo tempo com uma câmera, todos orientam para um cuidado quase obsessivo com qualquer coisa que fique à mostra para os outros, por isso a restrição de fotos.
Da Hyundai, além de carros bem antigos, o que mais me chamou a atenção foi a presença do i10 que é um hatch compacto, equivalente ao Kia Picanto, que ainda não tem planos de ser comercializado por aqui, e da H1 (que chegou a ser comercializada por aqui no inicio dos anos ’00), uma multivan urbana usada por lá para transporte de executivos.
Já que falei de carros, vou dizer os preços dos combustíveis que vi por lá. Em média, paga-se 5,5 pesos, que equivale a uns R$2,25 pelo litro da “nafta” (gasolina) e acreditem: 1,05 pesos (45 CENTAVOS DE REAL!) pelo metro cúbico do GNV. Não lembro o valor exato cobrado pelo litro do diesel, mas creio que não excedia os 4 pesos, que deve ser algo inferior a R$1,80.
Vale lembrar que todos os carros distribuídos e/ou fabricados na Argentina geralmente tem um motor movido a diesel como opção.

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Natalense, amante de carros, tecnologia e música pop. Estudante de RÁDIO E TV e agora, blogueiro.