6 de jul. de 2011

1999: A origem da música pop como conhecemos hoje

                            Muitos de vocês que tem a minha idade podem não lembrar do ano de 1999. Para mim, aquele ano foi especial. Em 99 me deparei com a música através de alguns amigos que já estavam curtindo aquele movimento do pop desde o lançamento do Ray Of Light, da Madonna em 1998. Foi também o ano em a ficha da separação dos meus pais realmente caiu orelhão abaixo e enfim, quando dei por mim, estava em uma esfera diferente, mais adulta. Tanto que comecei a levar à sério o aprendizado do inglês por uma razão muito especial para mim: a paixão pela música.
                   Apaixonei-me por música pop e como toda paixão levada à serio, eu tinha de conhecer mais dos elementos globais. O que inspirava aquelas pessoas a cantar canções visuais (sim, visuais, pois o meu contato mais profundo com a música foi através da MTV, daí meus impulsos comerciais). Eu realmente queria entender, compreender, cantar junto, mas sabendo o que era expresso junto àquelas melodias que grudavam na minha cabeça. Minha paixão pela MTV veio junto à tudo isso. Naquele ano eu acabara de completar meus quinze anos e junto ao trabalho com meu pai e aos estudos, acabei me tornando um espectador da Music Television Brasil, que na época, mesmo com atrasos gigantescos em relação a programação internacional, via uma grande mudança na sua grade. A transição da era rock/resto do grunge para o embrião do pop como conhecemos hoje.
             É muito saudosista dizer isso, mas sinto falta do ano de 1999. Naquele ano emergiam Britney Spears, Christina Aguilera, e cara, foi paixão à primeira vista por ambas. Acho que posso até afirmar que aquele ano foi definitivamente lindo para o pop. Mariah Carey lançou o Rainbow,  um álbum puramente pop com melodias chorosas e o híbrido de pop/r’n’b e rap que a própria MC havia começado no ano de 1995. Bem, "Baby One More Time" reinou durante aquele ano assim como "Sometimes", "Crazy" e "From The Bottom Of My Broken Heart". Lembro que nem todo mundo tinha internet ainda e a divulgação de clipes era de acordo com a vontade das gravadoras e da MTV. Todos comentavam que havia saído o clipe de “Born To Make You Happy” somente na Europa e quase ninguém conseguia ver devido a precariedade nos streamings na época quanto mais um possível download. Em 2000, esse clipe acabou estreando na MTV, lembro como se fosse hoje, uma semana antes de “Stronger”(que já tinha sido lançado lá fora). Chique era quem tinha Directv , que tinha o canal MTVLATINO e podia ver vários clipes que não estrearam aqui ou estreariam, muito antes por lá.
                  Jennifer Lopez... Quem não conhecia a moça talvez nem soubesse bem que ela era atriz, muito menos imaginaria que mais tarde seria mais uma cantora. “On The 6” trouxe “If You Had My Love" como single chefe e levou Jennifer ao topo da Billboard que também, para mim, era algo desconhecido. O meu conceito de parada musical era aquele das músicas pedidas por telefone. Também naquele ano, chegava à MTV Brasil, “Waiting For Tonight”, primeiro pelo TOP10 EUA (quem lembra?!rs) muito depois, ao SUPERNOVA que tinha várias edições (1,2,3...). Nascia mais uma diva que moldou o pop junto à todas outras. Cada uma com sua legião de fãs e batalhas  e mais batalhas definiam quem era melhor, quem dançava melhor e bem, naquele ano, todos acabavam optando por Britney que enganava todos direitinho. Calma! Não é que Britney enganasse à todos na cara de pau. Ela ainda cantava alguns versos ao vivo e dançava e dava "mortais" no palco. Aquilo era encantador. Ainda tínhamos Whitney Houston que estava com tudo nos charts com “It’s Not Right, But It’s Ok”, que passava na MTV nas versões original e remix. Quanto à Madonna, naquele ano sua atividade se resumiu a dois clipes apenas: “Nothing Really Matters” e “Beautiful Stranger”. Quanto ao primeiro, sempre lançando moda, Madonna criou uma coqueluche sem querer (ou querendo, com Madonna, nunca se sabe) de pessoas, sim! Pessoas que começaram a “pranchar” os cabelos por ai, às vezes sem poder, apenas para estar na moda. “Beautiful Stranger” já mostrava um clipe “mais” Madonna, performando numa boate gay e lambendo a orelha de Austin Powers. Um clipe sem dúvida nenhuma, maravilhoso!
                 Sem me dar conta, acabei me apaixonando por vídeos. A música ainda é epicentro dessa paixão, mas definitivamente, não posso afirmar que a paixão pelos vídeos não esteja nessa disputa em meu coração Devido ao amor pelos vídeos, comecei a prestar atenção nos trabalhos distintos de cada diretor. Naquele ano todos trabalhavam com Nigel Dick (N’sync, Britney, BackstreetBoys), Brett Hatner (Madonna, Mariah), Francis Lawrence(Jennifer Lopez, Melanie C), e o todo poderoso dos EUA, Hype Williams, que sozinho dirigia a maioria dos clipes que passavam no TOP10EUA. Ele dirigiu clipes de artistas que dominavam as paradas de lá, mas que de uma forma ou outra, acabou modelando o jeito R’N’B de se fazer clipes. TLC, Busta Rhymes, Janet Jackson, Jay Z e muitos outros.
                   Toda essa paixão que nutro pelo ano de ’99 é saudosista, mas ao mesmo tempo, me posiciona na história no que diz respeito à guinada que o pop deu no mercado fonográfico. A MTV de certa forma, perdeu muito de sua essência com a chegada do youtube. Isso aí já é história. Questão de adaptação. Presenciamos uma mudança, eu presenciei com todos. Chegaram aí novas cantoras e grupos e o ciclo se repetiu, novamente dentro de 10 anos de intervalo. Lady Gaga, Katy Perry, essas garotas apareceram em 2008, como elementos “novos” para a música pop e em 2009 já tinham seus postos no pop muito bem definidos. Eu assisti à tudo isso e o legal é que não me sinto velho por que a renovação está aí, muito pouco revolucionária quando comparada ao que aconteceu em 1999. Elas dão continuidade ao que já foi consagrado, cada uma com seu estilo. Estamos vivenciando mais um novo momento, uma segunda ou terceira fase do que já começou. Depende do ângulo que se observa a cena.
                       Este é o pop que conhecemos e que deve ter seu domínio estendido ainda por mais alguns anos.



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Natalense, amante de carros, tecnologia e música pop. Estudante de RÁDIO E TV e agora, blogueiro.